Pílulas: Ian McEwan se aventura na ficção científica

📌 Muitos escritores consagrados fizeram incursões pela ficção científica, apesar de o gênero ser subestimado com certa frequência. Com o lançamento do romance Máquinas Como Eu, chegou a vez de Ian McEwan entrar para essa lista. Um dos mais prestigiados escritores contemporâneos lançou o livro neste ano e a edição brasileira, da Companhia das Letras, já saiu no mês passado.
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📌 McEwan retoma um tema tradicional: o das implicações do desenvolvimento da Inteligência Artificial e de sua aplicação para a criação de robôs que imitem os seres humanos. Como pano de fundo para essa discussão, ele cria um passado alternativo, em 1982, no qual os Beatles ainda tocam juntos, inclusive com Lennon, Alan Turing (um dos pais da computação) também está vivo e a Inglaterra perdeu a Guerra das Malvinas para a Argentina.
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📌 Indo do Reino Unido para os Estados Unidos – mas continuando na ficção científica – a editora Aleph lançou neste ano Guerra Sem Fim, o premiado romance de Joe Haldeman, ganhador dos dois maiores prêmios do gênero (Hugo e Nebula). O livro, publicado originalmente em 1974, já havia tido uma edição brasileira, que estava esgotada há muitos anos.
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📌 No romance, Joe Haldeman, veterano da Guerra do Vietnã, se utiliza de uma space opera para falar de uma realidade que conheceu bem de perto. A edição da Aleph, em capa dura, é caprichada e tem um prefácio de John Scalzi. Pena que a arte da capa tenha um tom tão juvenil.
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📌 Faz tempo que não sai uma resenha de sci-fi no Todas as Páginas. Por isso dediquei essa coluna ao gênero, e também pra mostrar quais serão os próximos títulos do tipo abordados aqui: ambos chegaram há pouco na estante e os tenho olhado de relance vez por outra. Em breve essa paquera vira namoro.
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📌 Em tempo, para quem tem um pé atrás com o gênero, vou parafrasear o que Úrsula Le Guin disse certa vez: um romance de ficção científica pode ser visto como um experimento mental e, apesar disso, ele não necessariamente prevê, mas descreve. Que o digam as distopias, não é verdade?

Livros citados: Máquinas como Eu (Ian McEwan) e Guerra Sem Fim (Joe Haldeman)

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